Em
entrevista coletiva à imprensa, dom Joaquim Mol destaca respeito às diferenças
religiosas e repúdio à corrupção no Brasil
Dom
Mol mostrou dados da pesquisa “Mudanças no cenário sociorreligioso no Brasil”
aos jornalistas, durante entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira, 7.
Segundo
o bispo, foi constatado que não houve uma mudança substantiva da realidade do
cenário sociorreligioso no Brasil. “A Igreja Católica continua com 64,5,% das
pessoas que professam e que se dizem católicas no Brasil. Os demais percentuais
estão distribuídos em vários grupos, sendo que há um destaque maior para o
protestantismo pentecostal, com 18%”, explicou.
“Nós
estamos em um país, portanto, que tem um povo com grande relação com Deus e com
uma crença muito bem definida”, afirmou.
Apesar
do Brasil ter maioria católica, dom Mol chamou a atenção para o número de
pessoas que se consideram sem religião, 8,9%. “É importante destacar que,
daqueles 8,9% dos que se consideram sem religião, as razões são várias, tais
como: possuem religiosidade própria sem vínculo com instituição, não possuem
crenças religiosas, não frenquentam igrejas e, dentre esses, 0,5% diz que não
acredita em Deus”, acrescentou.
Conjuntura socioeconômica e política
Além
da análise sociorreligiosa, o episcopado brasileiro também discutiu, na tarde
de ontem, 6, a conjuntura socioeconômica e política.
De
acordo com dom Mol, “a Igreja Católica no Brasil, por meio da CNBB, mas não só
os bispos, como também os padres e seus fiéis, repudia, com veemência, toda e
qualquer atitude, ação, plano de corrupção no País”.
O
bispo falou que a corrupção é algo que fere e desmancha o tecido social e
acrescentou que a CNBB e a Igreja Católica no Brasil consideram que “a apuração
de toda a corrupção deve ser implacável”.
“Que
as pessoas envolvidas sejam julgadas, as pessoas consideradas culpadas
punidas, rigorosamente, dentro da legislação que nós temos em nosso
País”, disse.
Dom
Mol comentou que a Assembleia da CNBB está trabalhando um texto que falará da
situação atual do Brasil. “Mas não só do ponto de vista conjuntural. Nós
estamos vivendo um momento de crises, mas essas crises não são de agora. No
momento estão abertas, mas são antigas e devem levar muito tempo para serem
superadas”, completou.
Segundo
o bispo, o texto apresenta percepções da realidade nos campos cultural,
econômico, social e político. “Para cada um desses campos, estamos procurando
iluminações na Doutrina Social da Igreja que, durante séculos vem pensando e
repensando como elaborar elementos de iluminação capazes de ajudar os cristãos
católicos no mundo a se confrontarem com as realidade e ao mesmo tempo
oferecerem contribuições de superação dos problemas”, informou.
O documento será discutido pelos bispos no decorrer da
Assembleia, que prosseguirá até o dia 15 de abril.
Nenhum comentário