Dom Sergio
da Rocha presidiu missa de encerramento da 54ª Assembleia Geral da CNBB, que
teve início no dia 6 de abril, em Aparecida (SP)
“Neste
momento de crise que vivemos no pais, conclamamos a todos, mais uma vez, para
promover a paz, rejeitando qualquer forma de agressividade ou violência nas
suas manifestações”, afirmou o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sergio da Rocha, durante
homilia, na missa de encerramento da 54ª Assembleia Geral da entidade. A missa,
na manhã desta sexta-feira, 15, reuniu os bispos de todo o Brasil, no Santuário
Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP).
Partindo do
objetivo geral das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil
(DGAE 2015-2019), dom Sergio fez sua reflexão da liturgia de hoje, que
apresenta a conversão de São Paulo, destacando que “somos chamados a ser Igreja
discípula, missionária, misericordiosa e profética”.
Igreja
discípula
“Nós somos e
queremos ser, cada vez mais, uma Igreja de discípulos que vivem do encontro com
o ressuscitado e que se alimentam da sua palavra e da eucaristia”, afirmou dom
Sergio. Para ele, “nos tornamos discípulos pela graça de Deus, porque a
inciativa é sua”. Para trilhar o caminho do discipulado, há o chamado a
permanecer em Cristo, “comendo da sua carne, bebendo do seu sangue,
alimentando-nos do pão descido do céu, conforme o evangelho que ouvimos”,
sublinhou.
Misericordiosa
“Os olhos de
Saulo se abriram com a ajuda da Igreja, representada por Ananias. Uma Igreja
mãe misericordiosa e acolhedora, casa de portas abertas capaz de acolher tantos
caídos por terra como Saulo, incapazes de ver, de caminhar, necessitados de
mãos estendidas, de coração aberto para levantar-se das quedas, para caminha na
luz”, disse dom Sergio sobre a proposta da misericórdia. A manifestação desse
elemento também acontece no compartilhamento da “luz da palavra, que oferece a
graça de recuperar a vista quando o olhar da fé começa a se enfraquecer”. “Uma
Igreja que é exemplo do bom samaritano se faz servidora dos que mais sofrem”,
apontou.
Missionária
A Igreja
missionária, “em saída”, de acordo com dom Sergio, compartilha “a experiência
do encontro com Cristo, a alegria do evangelho, a alegria do amor na família”,
destacou o arcebispo lembrando as exortações apostólicas do papa Francisco.
“Por isso, como fez Ananias, possamos dizer a cada dia ‘aqui estou, Senhor’,
como Paulo, possamos sair e ir ao encontro de todos”, desejou. O mandato
missionário de Jesus, segundo o presidente da celebração, continua a ecoar na
Igreja hoje. “É preciso sair ao encontro daqueles que no mundo de hoje vivem
como Saulo, necessitados da luz da fé e do encontro com Cristo. Necessitamos
sair ao encontro das ovelhas mais sofridas e errantes do rebanho de Cristo”, ressaltou.
Profética
O profetismo
da Igreja se dá, de acordo com dom Sergio da Rocha, na atenção aos problemas
sociais, “oferecendo a sua contribuição própria, à luz da fé em Cristo, os
valores e critérios que brotam do Evangelho para orientar a vida política,
econômica e cultural”. Nesse sentido, o presidente da CNBB destacou que os
pronunciamentos da Conferência Episcopal não se inspiram em ideologias
políticas, “mas na palavra de Deus e no magistério da Igreja”.
“Neste
momento de crise que vivemos no pais, conclamamos a todos, mais uma vez, para
promover a paz, rejeitando qualquer forma de agressividade ou violência nas
suas manifestações”, convidou.
“O caminho a
ser percorrido, é o caminho do diálogo que constrói, ao invés da polêmica
ofensiva. É o caminho da escuta dos que não podem gritar, no lugar do grito que
agride. É o caminho do debate respeitoso e não dos embates que transformam em
inimigos os que pensam diferente. Com violência, não se constrói uma nova
sociedade, nem se alcança justiça social. Ao contrário, a violência fere a
dignidade das pessoas e destrói o nosso povo e a nossa casa comum”, apontou.
Ação de Graças
Em sua
homilia, dom Sergio também expressou o sinal de ação de graças pela 54ª
Assembleia Geral da CNBB, pela própria Conferência, pelos bispos, pela Igreja
no Brasil, pelos estudos e pronunciamentos que aconteceram nos dez dias do
encontro e pelo “valioso” documento aprovado sobre os Cristãos leigos e leigas
na Igreja e na sociedade, “chamados a ser sal da terra e luz do mundo”. O
presidente da CNBB também louvou a Deus pelo Jubileu Extraordinário da
Misericórdia.
Dom Sergio
encerrou bendizendo a Deus “pelo caminho percorrido até aqui”, mas considerou
ter “longo caminho a percorrer para responder fielmente ao mandato missionário
de Jesus Cristo”. “Alimentados pela sua palavra e pela eucaristia, na força do
Espírito Santo, esperamos crescer com todos, especialmente com os cristãos
leigos e leigas, cuja presença e missão queremos valorizar e promover sempre
mais”, disse.
A missa foi
concelebrada pelo arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da CNBB, dom
Murilo Krieger, e pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da
entidade, dom Leonardo Ulrich Steiner.
Na procissão
de entrada, estiveram os bispos do Conselho Permanente da CNBB, que envolve a
Presidência da entidade, os presidentes das 12 Comissões Episcopais Pastorais e
dos Regionais da Conferência.
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